quinta-feira, 10 de maio de 2012

Celebração da Vontade





Fantasmas espreitam no caminho
Pelo qual virgens rondam
Ao urrar das bestas

CAÍ !

Predomina o cheiro de morte metálica a muito ali
Marcha frenética ao cair da noite
Seres bizarros ornados de vestimentas únicas
Portando reluzentes objetos de formas estranhas

Serpentes apontam ao horizonte
Flechas sibilam em direções contrarias
Os generais bebem o sangue de jovens

A balsa logo partirá

Cruzados desfigurados suplicam por deuses ilusórios
Ao despertar da primavera

Raios cruzam os céus
Gritos ecoam nas assombradas florestas do norte

Ele partiu

Olhando rente aos corpos as nuvens carregadas de dor
O uivar dos lobos camuflou o trotar dos cavalos que o tomaram a vida

Pequenas criaturas habitam castelos
Diante do xamã idealizou vastas e verdes planícies

Ouviu histórias de trovadores do sul
De tavernas repletas de sexo e álcool

Os acadêmicos não são tão bons assim

Nômades trafegam por terras árduas e inóspitas

As luas não são as mesmas desde que partiu
Andou por incontáveis horas a macabra companhia de famintos urubus negros

Ate que caiu de joelhos perante a deusa de olhos verdes cujos pés nunca tocam o solo

Oferendas ele fez
Em vão tudo foi

O negro cão de olhos rubros encontrou seu rastro

O cantar das índias o enfeitiçou
Tomado pela febre o xamã o apontou
Idolatrado ele foi

Sua cabeça agora esta a premio

Nostaugicas bigornas sonorizam a noite

Não esta mais só
De um punhal se apossou e de um sonho esta atraz

Seres alados devoram legiões de fanáticos
Crianças choram ao lado do cadáver da mãe

O sádico homem azul se masturba de frente ao espelho

As paredes ornadas de ouro atiçam a cobiça dos mais novos
Frades gordos enforcados em seus leitos
Os corpos de jovens nus se espremem por uma dose de morfina

O murchar das flores indicou sua presença
Um frio tomou seu corpo
O arder de tochas quebrava a escuridão
A penumbra abrigava olhares malignos sedento pelo sangue jovem

A besta aponta a sua frente
Caninos metálicos reluzem como a foice da morte
Os ladrilhos de mármore negro se embebedam de sangue e saliva acida

Púrpuros olhos sondam estáticos restos humanos ao levantar da manhã

Corra,corra,corra!

Por Rodrigo Giarola ( 1999-2001 )

Sentidos da cidade ( Parte 1 )

Os traidores serão enforcados
Seus órgãos expostos

As crianças batem palmas
As mulheres choram

Que comece o show !

Por Rodrigo Giarola ( 1999-2001 )

Sentidos da cidade ( parte 2)

Tiros na noite
A cidade se cala
Ninguém o viu entrar
Alguns o chamam de assassino
Outros sentem pena

Como Mason , filho do estado
Feito por cada um
Tudo o que queria era ser amado

Por Rodrigo Giarola ( 1999-2001 ) 

Relatos da estrada

Monte seu cavalo
Escute as infantis vozes que ocultam em sua mente
O caminho será mostrado
Por montanhas passará
Ao fim te levará

Conduzido pelo medo
Escoltado pela dor
Há crianças na estrada
Dotadas de negros olhos

Histórias são contadas
Sobre répteis devoradores de almas
Que atacam a noite movidos a àlcool

Vamos dar uma volta
Pela pequena vila
Onde nasce o sol

Por Rodrigo Giarola (1999-2001)

A morte

As tropas chegaram na cidade
Nas ruas bandeiras são expostas

A Morte vem ao centro
Acenando como um deus

As ruínas da velha cidade ainda ardem
Pequenas multidões de jovens festejam o que lhes parece certo

Por Rodrigo Giarola ( 1999-2001 )

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Criaturas da Noite ( Parte 1 )

Um dia acordaram aos gritos a noite

Refugiei-me

O moinho abriga insetos
A noite pratico estranhos rituais com os habitantes da ilha

Alguns trajam túnicas negras
Outros se envolvem em seda branca
Uns poucos portam punhais

Seres esguios dotados de vastas cabeleiras
Galopam Fênix de dourado explendor
Sobre florestas habitadas por estranhos seres de pés nus

Súditos idolatram imagens sob fogo inimigo

Cuidado!

A serpente esta rondando a área
Traz bandeiras em suas costas
Ninguém pode detê-la

Consumidora de consciência
Guerreira imortal

Cães ladram em ladrilhos
Legionários ardem ao sol

Surreal imagem a atordoar infantil ser
Lagrimas escorrem de angelical face

O assassino recolheu-se a sua tenda
A passos letárgicos movidos a álcool

Sentou-se a beira da luz e pós-se a chorar

Por Rodrigo Giarola (1999-2001)

Criaturas da Noite ( parte 2 )

Olhares felinos despertam na noite
Algazarra nas redondezas do castelo
Labaredas de extase revelam cumplices
Expíritos caidos se vendem ao despertar da lua

A narrativa dos sábios se esvai no infinito

Que começe a festa
As bestas estão soltas
O empalador de sonhos veste negro
A fome aguça os sentidos
De jovens despidos na tormentaa espera da carruagem

Corujas ocultam segredosde titânicas batalhas
Travadas por metálicos esqueletos de finados cruzados

Púrpuro horizonte a revelar o escravo trabalho
Recolham-se as sombras

Por Rodrigo Giarola (1999-2001)